segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Morto Alegre

Meu Deus, que susto!
O esfarrapado me sorriu,
com os olhos miúdos
de tanta cachaça

Na saída do metrô
um morto de fome
alegre

A roupa escura 
não pode mais
esconder a sujeira

De cabelos brancos
sebentos em ninho
aqueles cavacos
amarelos a apontar
Paralisar

Com seu restinho de vida 
ele me sorriu
não retribui

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